A motivação pessoal é essencial para que possamos manter o foco e nos esforçar nas atividades que realizamos no dia a dia.

Sem ela, as empresas não conseguem atingir suas metas, os colaboradores se sentem desanimados com as próprias tarefas e os trajetos se tornam mais desafiadores e cheio de obstáculos.

Mas o que significa exatamente a palavra motivação? Como ela consegue ser tão importante para o nosso crescimento profissional e o alcance dos nossos objetivos?

Neste artigo, vamos falar sobre como a motivação se manifesta em nossas vidas, internamente e externamente. Confira!

O que é motivação e por que ela é tão importante?

O termo motivação, vindo do latim movere, designa em psicologia, etologia e outras ciências humanas, a condição do organismo que direciona o comportamento, orientando para um objetivo.

Trata-se, portanto, do impulso interno que nos leva a agir e, por isso, é tão importante quando pensamos em nosso próprio desenvolvimento profissional e no alcance de nossos sonhos.

Tracy (2013) explica que o recurso mais caro de uma organização são as pessoas e isso significa que todo o potencial de crescimento, produtividade e até lucratividade dependem do esforço de quem trabalha dentro dela.

Mas nem sempre essas mesmas pessoas, que são tão importantes, conseguem dedicar 100% de seu tempo para as atividades que realizam diariamente em seus serviços.

Tanto que Tracy também cita que, segundo Robert Half e associados, os colaboradores de uma organização usam, em média, apenas 50% de sua capacidade, enquanto os outros 50% são desperdiçados ao longo do dia.

Seja com atrasos, falta de atenção ou prolongamento do horário de almoço, essas pessoas acabam desperdiçando um tempo valioso para elas mesmas e para a empresa.

Mas por que isso acontece? A resposta é simples: falta de motivação pessoal. Por essa razão, esse termo é tão essencial para o nosso dia a dia.

Diante de cenários em que prevalece a desmotivação, cabe aos gestores de uma empresa, por exemplo, desenvolverem a habilidade de motivar seus colaboradores.

Essa opção ajuda a remover os obstáculos que impedem o crescimento das pessoas e promove a automotivação, para que elas enxerguem suas atividades como algo que também as recompensa.

Fórmula para a motivação pessoal

Oliveira (2013) descreve que a motivação pessoal age por meio de uma fórmula muito simples, capaz de nos ajudar a entender nossos próprios comportamentos:

Como podemos ver, quando somamos direcionamento, impulsos e as justificativas para as nossas ações, temos a nossa motivação pessoal.

Essa pequena equação equivale à intensidade que, multiplicada pela persistência, gera a superação, que tanto quanto a motivação é capaz de fazer com que nos sintamos mais realizados e, portanto, mais felizes.  

Mas para entendermos como essa fórmula funciona, de fato, precisamos conhecer cada um dos fatores que a compõem:

  • direção: o subconsciente obedece aos comandos do consciente, guardando e removendo informações para agir de acordo com o direcionamento que foi programado ou o que você mesmo programou;
  • impulso: estímulo para que você saia da zona de conforto e se sinta impulsionado por algo que faça as suas ações valerem a pena;
  • por quês: são o motivo, a causa e a indagação, que justificam nossos atos e podem nos levar a agir ou desistir;
  • motivação: é a força atratora que influencia no comportamento dos indivíduos, levando em conta suas preferências e objetivos pessoais. Essas preferências são conhecidas como motivos;
  • intensidade: a força que você faz para realizar suas ações;
  • persistência: é a perseverança que se faz presente mesmo diante dos desafios, a insistência e a qualidade daquilo que dura;
  • superação: nossas ações que se destacam das demais por conseguirmos superar antigos resultados, indo além do esperado e superando expectativas.

Com isso, Oliveira também destaca que, por meio dos processos de interiorização dos seres humanos, podemos perceber que a motivação pessoal é compreendida tanto como impulso quanto como atração.

Dessa forma, as necessidades internas fazem com que as pessoas sintam uma tensão que precisa ser resolvida e são os nossos instintos que nos dão força para agir em cada situação.

Motivação intrínseca x motivação extrínseca

A motivação pessoal se faz presente nos seres humanos de duas formas diferentes: intrínseca e extrinsecamente.

Isso significa que um indivíduo pode se sentir motivado tanto por estímulos internos, que estão ligados à autodeterminação, quanto por externos, normalmente unidos às nossas obrigações.

Na motivação intrínseca, Matta e Victoria (2016), destacam o conceito definido por Deci e Ryan (2002): “a escolha e a decisão de fazer uma atividade pela satisfação inerente que ela oferece”.

Ou seja, as pessoas não buscam por possíveis consequências, mas pelos prazeres e desafios que essas tarefas podem gerar para seu aprendizado e desenvolvimento.

Por isso, a Teoria da Autodeterminação (Self Determination Theory – SDT) enfatiza que as pessoas alcançam a motivação intrínseca quando satisfazem suas necessidades de autonomia, competência, relacionamento e conexão.

Dessa forma, os indivíduos conseguem se tornar mais proativos, funcionar de forma otimizada e prezar pela própria saúde mental.

Do outro lado, Matta e Victoria também afirmam que nem todas as nossas tarefas diárias são escolhas espontâneas capazes de satisfazer as necessidades citadas acima.

A SDT mostra, então, que essas atividades geram a motivação extrínseca, na qual buscamos obter um determinado resultado que vai além da tarefa que estamos realizando.

Um exemplo simples é a faxina em casa: nem sempre sentimos prazer em realizar essa tarefa, mas somos estimulados pela responsabilidade de desfazer a bagunça e deixar a casa limpa.

Mas há como regular a motivação extrínseca? Sim, uma vez que nosso comportamento e a nossa autodeterminação possibilitam que enxerguemos nossas obrigações como uma escolha pessoal.

Ao contrário, sem a autodeterminação, nós vemos certas atividades como uma imposição capaz de gerar conflitos internos.

Há quatro tipos de regulação que são determinados pela SDT. Veja só:

1. Regulação externa

Nessa regulação, o nível de autodeterminação é visto como baixo e só ocorre porque nos sentimos na obrigação de realizar uma determinada atividade.

Seja a pedido de alguém ou para agradar terceiros, realizamos essa tarefa apenas para recebermos uma gratificação ou não sermos punidos.

Segundo Matta e Victoria, o indivíduo é movido pela frase “tenho que fazer isso”, podendo não se sentir bem consigo mesmo ao longo do processo.

2. Regulação introjetada

Se aproxima da primeira por ainda não permitir que vejamos as atividades que devemos realizar como uma escolha própria, mesmo havendo um nível um pouco maior de autodeterminação.

Sendo assim, o verbo “ter” é trocado pelo “dever” e nossas ações são baseadas na frase “eu devo fazer isso”.

3. Regulação identificada

Nessa regulação, o nível de autodeterminação é maior e permite que vejamos os resultados de nossas ações como importantes para nosso próprio desenvolvimento ou satisfação.

“Fazer isso é bom pra mim” é a frase que move quem já consegue enxergar o que pode ganhar ou perder ao realizar uma determinada atividade ou obrigação.

4. Regulação integrada

Aqui, o nível de autodeterminação é tão alto que se aproxima bastante da motivação intrínseca. “Eu quero fazer isso” é o que passa a mover as nossas ações.

Isso acontece porque passamos a associar a atividade a ser realizada com nossos valores e objetivos pessoais.

Logo, se torna mais fácil nos sentirmos bem com nós mesmos quando pensamos que queremos fazer algo e não que somos obrigados a fazer.

Matta e Victoria apontam que, de acordo com os estudos de Deci et al. (1994), a regulação integrada pode ser estimulada por meio do suporte à autonomia e autodeterminação.

Entendemos, portanto, que cabe a nós definir de que forma os estímulos externos podem nos ajudar a aumentar a autodeterminação e, por consequência, a motivação pessoal.

Assim, nossos objetivos são alcançados com mais facilidade e conseguimos nos sentir bem com as tarefas que nos dispomos a fazer.

Empenhar-se na motivação pessoal é um passo essencial para quem deseja conhecer a si mesmo, ter autocontrole e crescer profissionalmente.

Por isso, o coaching oferece diversas ferramentas e caminhos para que as pessoas se sintam mais realizadas no seu dia a dia e consigam construir uma carreira, alcançando o sucesso.  

Com estudo e prática, tanto os colaboradores podem aumentar sua autodeterminação quanto os líderes podem auxiliar na motivação dos membros das suas equipes.

Se você gostou de ler sobre a motivação pessoal, também vai se interessar em saber mais sobre as crenças limitantes que influenciam nossas vidas. Confira!

 

Referências:

MATTA, Villela da. VICTORIA, Flora. Livro de Metodologia: Positive Psychology Coaching. São Paulo: SBCOACHING Publishing, 2016.

OLIVEIRA, Ritah. Life Coaching: Em uma abordagem de três inteligências. Embu: Qualitymark, 2013.

TRACY, Brian. Motivation. Nova Iorque: Amacom, 2013.