Pode não parecer a primeiro momento, mas o pensamento esperançoso é alvo de muitas pesquisas que ajudam a compôr a Teoria da Esperança: um importante estudo que nos ajuda a entender a nossa relação com nossos objetivos e ações.

Muito além do conceito atribuído à emoção, essa teoria destaca o quanto a esperança exerce um papel importante em nossas vidas e nas metas que traçamos para o futuro.

Neste artigo, você vai conhecer como surgiu a Teoria da Esperança e saber por que ela pode ser um diferencial para promover mudanças significativas nas suas ações cotidianas. Vamos lá?

O que é a Teoria da Esperança?

Matta e Victoria (2013) afirmam que a Teoria da Esperança começou a ser traçada em 1991, quando o pesquisador Charles Richard Snyder e sua equipe apresentaram um novo conceito sobre essa emoção, indo além de tudo que já era disseminado.

Os estudos foram ampliados e mostram, hoje, os efeitos positivos da esperança para pessoas que precisam lidar com problemas tanto na vida pessoal quanto em âmbito profissional.

A esperança não se refere apenas a uma emoção que nos permite enxergar uma “luz no fim do túnel” quando tudo parece perdido.

Trata-se de um “processo cognitivo, de natureza motivacional, direcionado para alcançar objetivos” (Matta e Victoria, 2013).

Isso significa que ela está associada às nossas capacidades de solucionar problemas, obter controle diante de situações estressantes e de termos otimismo para atingir metas.

Mais que isso, ela se relaciona aos líderes positivos que, por meio da esperança, conseguem gerar motivação e confiança dentro de suas equipes.

“A Teoria da Esperança é um processo cognitivo, de natureza motivacional, direcionado para alcançar objetivos”

Como a esperança age em nossos pensamentos e atitudes?

Matta e Victoria relatam que, segundo Snyder (1999), a esperança nos permite definir nossos objetivos e gera motivação para que possamos alcançá-los.

Dessa forma, conseguimos ter maior controle sobre o que está à nossa volta, evitando situações que causam ansiedade ou estresse relacionado às nossas atividades diárias.

A falta de esperança gera o efeito contrário, sujeitando as pessoas a pensamentos capazes de bloquear o alcance de objetivos, que são os componentes centrais da Teoria da Esperança.

Por meio deles, conseguimos definir exatamente o que queremos para o futuro e, assim, buscar o incentivo necessário para persegui-los.

Quanto mais importantes e desafiadoras forem as nossas metas, mais nos sentiremos estimulados a correr atrás delas.

Da mesma forma, a Teoria da Esperança também nos diz que pessoas esperançosas direcionam seus pensamentos para encontrarem caminhos que as ajudem a alcançar seus objetivos (pathways thinking).

São trajetórias que as guiam para o futuro e que rapidamente conseguem ser adaptadas caso algum impedimento surja durante a execução de seus planos.

Mas traçar objetivos e definir uma via principal não são atitudes suficientes para que uma pessoa esperançosa alcance os resultados e conquistas que deseja.

É preciso, além de tudo, ter motivação para iniciar a trajetória. Por isso, o senso de iniciativa (agency thinking) é essencial para que as ações sejam desenvolvidas.

Por meio do otimismo, as pessoas se comprometem com seus objetivos e assumem a postura de quem realmente deseja atingi-los.

Tudo isso reflete na forma como nos relacionamos com o passado e o futuro. Seligman (2004) nos mostra que a felicidade gerada pela satisfação com o que realizamos e alcançamos compreende dois aspectos importantes: os prazeres e as gratificações.

Enquanto os prazeres são sensações naturais passageiras por aquilo que vivenciamos em um determinado momento, as gratificações são as atividades que nos envolvem e que gostamos de praticar.

Elas estão diretamente ligadas às nossas forças e virtudes, tendo, assim, uma duração maior que o prazer.

Portanto, são uma espécie de resposta às ações que realizamos a curto e a longo prazo, mostrando que os estímulos que buscamos por meio dos pensamentos positivos funcionam para cada meta que traçamos ao longo da vida.

O papel da esperança nas nossas vidas

Além de ser um fator essencial para a autoestima e a busca por objetivos, a esperança também exerce um papel importante em outros aspectos da vida, como a educação e a saúde.

Matta e Victoria destacam diversos estudos que comprovam o quanto esses efeitos são positivos tanto para jovens quanto para adultos.

Em um deles, Conti (2002) descreve que o pensamento esperançoso capacita os estudantes a voltarem seu foco para o alcance de objetivos dentro da sala de aula.

Desse modo, eles conseguem ter uma autoestima mais elevada para se arriscar, sem que as falhas os atrapalhem no processo de aprendizado e desenvolvimento.

No campo da saúde, Snyder et al. (2000) destaca que a esperança é uma excelente aliada para quem procura sentido diante do problema que está vivenciando.

Da mesma forma, Elliot et al. (1991) e Richman et al. (2005) apresentam que altos níveis de esperança também colaboram com a diminuição da probabilidade de desenvolver doenças.

Não é à toa que Seligman (2004) ressalta o estudo mais importante feito até hoje sobre a conexão entre os sentimentos positivos e a longevidade.

Na pesquisa, os relatos de 180 freiras, moradoras do estado americano de Utah, foram analisados para entender de que forma elas enxergavam e vivenciavam suas experiências dentro de uma instituição em que todas possuíam o mesmo nível de qualidade de vida.

Os estudiosos dividiram os resultados em quatro segmentos e fizeram uma descoberta impressionante: as freiras que se expressavam de maneira mais alegre e otimista viveram por mais tempo.

Das que foram consideradas mais felizes e estavam no segmento superior, 90% viveram até os 85 anos. Já no segmento inferior, apenas 34% conseguiram chegar até essa idade.   

Com isso, a Teoria da Esperança, que está aliada à nossa felicidade, nos mostra que essa emoção não existe apenas como uma crença ou uma forma de pensar positivamente no dia a dia.

Trata-se de uma condição poderosa que guia nossas ações e abre portas para que tenhamos mais controle sobre os objetivos e caminhos que percorremos.

Mais que isso, a esperança nos ajuda a driblar problemas, evitar situações estressantes do cotidiano e a alcançar sonhos.

Abra sua mente ao convite que Robbins (2017) nos faz: “Tire um momento, agora mesmo, para sonhar e pensar o que realmente quer da vida”.

Onde você deseja chegar? Independentemente da resposta, a esperança e a motivação pessoal serão os primeiros passos que você deverá dar para começar essa caminhada que o levará ao sucesso. Pense nisso!

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Referências:

MATTA, Villela da. VICTORIA, Flora. Livro de Metodologia: Positive Psychology Coaching. São Paulo: SBCOACHING Publishing, 2016.

ROBBINS, Tony. Passos de Gigante. Rio de Janeiro: Best Seller, 2017.

SELIGMAN, Martin E. P. Felicidade Autêntica: Usando a Nova Psicologia Positiva Para a Realização Permanente. Objetiva, 2004.