Estive com um grupo de amigos e, enquanto conversávamos, discutimos alguns assuntos interessantes ligados a vários aspectos da análise comportamental dos seres humanos, tanto no que diz respeito à vida pessoal quanto à organizacional.

Por fim, falamos sobre diversos perfis que envolvem a psicologia e a administração, apontando como eles podem nos ajudar a compreender nossa própria personalidade e de que forma agimos no meio profissional.

A análise comportamental – tema central da conversa – é um passo importante para entendermos quem somos e trilharmos um caminho de sucesso, impulsionando nossas forças em prol do nosso desenvolvimento.

Sendo assim, resolvi reunir, neste artigo, alguns conceitos e análises que auxiliam no processo de autoconhecimento e definição de pontos de melhoria em nossas trajetórias. Confira!

A análise comportamental por meio do “eu animal”

Primeiramente, realizaremos uma abordagem pelo perfil comportamental dos animais. Por isso, reflita um pouco e pense em seu comportamento e suas atitudes a partir das frases abaixo:

1) “Sou fã da burocracia. Me guio por normas, portarias, procedimentos operacionais, padrões e  adoro relatórios”.

“Meu trabalho é reconhecidamente impecável e meus superiores têm plena confiança em mim. Não gosto muito de mudanças e fico sempre na minha”.

2)Sou uma pessoa muito querida por meus colegas e amigos. Sou alegre e me relaciono muito bem com todos”.

“Não gosto de isolamento, mas sou muito reservado com minha vida pessoal. Prefiro não me abrir com ninguém”.

3) “Meu senso de urgência é o meu foco, tudo é para agora ou ontem. Não tenho muita paciência com gente lenta”.

“Meus objetivos e minhas metas serão atingidos de qualquer maneira, mesmo que eu tenha que passar por cima de tudo e de todos”.

4) “Sempre vejo o futuro. Estou aqui, mas sempre penso estar lá. Sou bastante sonhador e meus colegas e amigos dizem que eu preciso parar de ‘voar’ um pouco”.

As frases acima estão vinculadas a Ned Herrmann, um famoso autor e pesquisador americano que se aprofundou no pensamento criativo, criou a Teoria da Dominância Cerebral e fundou o Whole Brain Technology.

Cada frase enfatiza um perfil diferente que pode ser explicado, em uma análise comportamental, por quatro animais: tubarão, gato, lobo e águia. Veja as características de cada um:

1) Tubarão

Na análise comportamental, o tubarão é aquele que está em busca de resultados e tem toda a determinação necessária para alcançar suas metas.

As pessoas que possuem esse perfil estão direcionadas para a ação, são objetivas e comprometidas, conseguindo facilmente superar seus desafios para executar suas tarefas com todo o comprometimento possível.

2) Gato

Esse perfil está associado à comunicação, à aceitação social e ao relacionamento interpessoal, revelando uma pessoa que se sente à vontade com o trabalho em equipe e é extremamente receptiva.

O profissional com as características do “gato” consegue unir seus colegas e busca por um ambiente harmonioso para realizar atividades que o deixe satisfeito e feliz.

3) Lobo

Já o líder ou colaborador que apresenta o perfil de “lobo” está ligado à organização, à visão estratégica e facilidade em planejar e controlar suas atividades.

São pessoas detalhistas, observadoras e metódicas, que dificilmente se adaptam a mudanças, mas têm um senso de lealdade extraordinário quando trabalham em grupo.  

O perfil lobo se destaca por ser detalhista, observador, metódico e extremamente leal quando trabalha em grupo.

4) Águia

Por fim, o último perfil é associado à águia e sua incrível capacidade de enxergar à distância.

Pessoas que possuem as características desse animal são idealizadoras e fogem do senso comum. A criatividade, curiosidade, flexibilidade e visão voltada para o futuro são algumas de suas principais qualidades.

Profissionais com essa descrição tendem a buscar pela liberdade, são considerados inovadores e têm facilidade em causar mudanças à sua volta.

Após uma reflexão sobre os perfis acima, conseguimos entender um pouco mais sobre nós mesmos e sobre as pessoas que lidam ou trabalham conosco.

Inclusive, ao realizar tarefas similares, os resultados podem ser completamente diferentes. Pense bem: em qual perfil você se enquadrou? Tubarão ou gato? Lobo ou águia?

Na realidade todos temos os perfis acima dentro de nós. O importante é determinar qual é o dominante e entender que em alguns momentos temos que ser mais águia, lobo, gato ou tubarão.

Análise Transacional

Agora levarei nosso estudo para um outro lado: a Análise Transacional, lembrando-me do Professor Roberto Memma Barreto em seus maravilhosos seminários de AT1 e AT2.

A Análise Transacional (AT) foi criada em meados da década de 1950 pelo médico e psiquiatra Eric Berne com o intuito de estudar e gerar mudanças nos comportamentos, sentimentos e pensamentos de seus pacientes.

O método apresentado por essa teoria investiga e compreende a mente e os relacionamentos humanos por meio dos três Estados do Ego: o Pai, o Adulto e a Criança.

Entenda como esses três estados, que constituem nossos sistemas de sentimentos, são essenciais para entendermos as nossas personalidades.

O Pai

No estado do Ego conhecido como “Pai” estão guardados os nossos valores, regras e os modelos de conduta que seguimos. Ele transmite, acima de tudo, a proteção.

Esse estágio começa a se fazer presente a partir dos três anos e é alimentado pelo convívio com os pais, responsáveis ou outros familiares que assumam um papel de autoridade perto da criança.

Com isso, o nosso “pai interior” está sempre alinhado ao que aprendemos na infância, podendo assumir uma postura mais rígida e crítica ou um comportamento mais flexível e colaborativo.

O Adulto

No “Adulto”, temos a parte responsável pela análise racional das informações que recebemos, comparando-as e tomando decisões sem deixar que as emoções prevaleçam.

Sua principal função é proporcionar o pensamento realista, baseando-se na lógica e na sinceridade.

Por isso, trata-se de um estado essencial para o desenvolvimento de atividades importantes do dia a dia, como o trabalho e o estudo.

A Criança

Por fim, temos o estado de Ego “Criança”, que nos acompanha desde nosso nascimento.

Nesse estado, temos contato com nossas emoções mais básicas, como a alegria e a tristeza, nossos impulsos, desejos, criatividade e entusiasmo.

Trata-se do nosso lado mais fantasioso, que pode ser reprimido ao longo do nosso crescimento, mas que, de forma alguma, podemos deixar que isso aconteça.

Cada um dos Estados do Ego citados acima fazem parte da nossa realidade, fazendo-se presentes em cada situação que vivemos ao longo de nossos dias.

Não há um estágio melhor que o outro. É preciso entender que eles são únicos, se complementam e nos ajudam a entender, de forma mais profunda, as características da nossa personalidade.

Os três estilos gerenciais

Vamos agora a um terceiro ponto muito importante da análise comportamental: o estilos gerenciais.

Dentro das organizações, existem diversas formas de liderar, que variam de acordo com as equipes, a cultura da empresa e as características que compõem a personalidade do líder.

Comumente, vemos três estilos que se destacam mais:

  • autocrático (ou autoritário):  é o líder que se vale de sua função para se impor, dividindo a equipe entre sua “panelinha” e os demais. Os resultados aparecem em sua gestão, mas há um preço a se pagar para tê-los;
  • democrático: é a liderança que visa a orientação e a gestão participativa, envolvendo as pessoas na geração de resultados;
  • liberal (ou Lasseiz-faire): neste modelo de liderança, o líder dá total liberdade para que sua equipe tome decisões e realize suas atividades, participando delas apenas quando solicitado.


Finalmente podemos chegar a um ponto interessante que nos permite refletir sobre os três aspectos de análise comportamental descritos neste artigo.

Imagine uma liderança autocrática, com o ego pai e tubarão? Quais seriam os impactos nas pessoas e nas empresas?

Reflita sobre essas três combinações e também sobre as características que mais se fazem presentes na sua vida.

Por meio delas, você dará o primeiro passo para realizar uma análise comportamental e entender qual é o seu perfil profissional.

Assim, poderá impulsionar suas qualidades e diminuir suas fraquezas em prol do seu próprio desenvolvimento e da sua carreira.

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