No início da década de 1990, Jim Collins já estudava as empresas visionárias para entender como elas funcionavam e o que elas poderiam nos ensinar.

Aos poucos, esse famoso autor e pesquisador foi descobrindo seus “segredos”, os mitos que as rodeavam e as lições que as levaram ao caminho do sucesso.

Por isso, neste artigo, reuni alguns fatos sobre as organizações visionárias e os 7 aspectos que cooperam para transformar boas empresas em ótimas, segundo Jim Collins. Confira!

Jim Collins e as ótimas empresas

Tiggelaar (2015) nos apresenta James C. Collins (1958) como um dos maiores autores relacionados à área de gestão da atualidade.

Formado em Matemática e Administração de Empresas pela Universidade de Stanford, Jim Collins, como é conhecido, ganhou grande prestígio ao estudar sobre empresas que impactam na sociedade e continuam a se superar, crescendo mesmo com o passar dos anos.

Essa curiosidade inicial deu início a seu próprio laboratório de pesquisa, criado após o sucesso alcançado com seu primeiro livro, Built to last, em 1995.

Seus livros seguintes, então, passaram a ser baseados nos resultados alcançados nesse laboratório, permitindo que ele experimentasse e encontrasse respostas para seus questionamentos sobre as grandes organizações.

Uma das frases citadas por Collins e destacada por Tiggelaar em seu livro é “O bom é inimigo do ótimo”.

A partir dela podemos entender seu interesse pelas empresas que crescem no mercado e possuem aspectos que as levam a ser consideradas ótimas e não só boas.

Veja, a seguir, como os resultados de suas pesquisas nos mostram o caminho para chegar até o sucesso.

Os mitos que cercam as empresas visionárias

Tiggelaar afirma que, no começo da década de 1990, Jim Collins se reuniu com seu colega Jerry Porras e uma equipe de pesquisa para analisar 18 empresas consideradas visionárias na época.

Dentre elas estavam a Procter & Gamble, a Boeing e a Disney. Como resultado, foi escrito o primeiro livro de Collins, o Built to last, que reúne fatos sobre empresas que prosperam no mundo dos negócios.

Vejamos alguns dos mitos que estão associados a elas e foram desmentidos pelos autores:

  • nem todas as empresas surgem a partir de ótimas ideias ou planos;
  • essas empresas não são comandadas apenas por líderes considerados visionários e sim por líderes de vários estilos;
  • as grandes organizações não possuem os mesmos valores fundamentais. O que elas têm em comum é o trabalho direcionado para cada um dos valores que as define;
  • ao contrário do que pensam, as empresas visionárias também estipulam metas ambiciosas e correm riscos para atingi-las;
  • trabalhar nesse tipo de organização não significa, necessariamente, que você irá amar o seu cargo;
  • o sucesso das empresas não está associado apenas a acertos, mas também a erros que as ajudam a enxergar onde devem melhorar;
  • o objetivo das empresas visionárias não é superar a concorrência, mas crescer ao conquistar suas próprias metas.

Por meio dessa análise, podemos perceber que Jim Collins conseguiu decifrar um ponto muito importante: não existe uma fórmula para empresas alcançarem o sucesso.

Mas, com persistência e uma constante busca por novos aprendizados, é possível crescer e se posicionar no mercado como uma referência da sua área de atuação.

“Com persistência e uma constante busca por novos aprendizados, é possível crescer e se posicionar no mercado como uma referência da sua área de atuação”.

O que Jim Collins aprendeu com as empresas visionárias então?

Ao mesmo tempo em que o Jim Collins mapeou os mitos que fazem parte do mundo empresarial, também conseguiu listar algumas lições que podem ajudar a entender e se inspirar em empresas visionárias.

Confira cada uma delas:

  • defina Metas Grandiosas, Arriscadas e Audaciosas (MEGAAs) para a sua empresa, vinculando-as à sua essência e envolvendo os colaboradores;
  • faça com que seus funcionários vistam a camisa da empresa e participem ativamente de sua cultura organizacional;
  • treine seus colaboradores para que eles se tornem líderes no futuro, refletindo o que aprenderam e os valores que direcionam seu trabalho;
  • busque na experimentação as decisões sobre o que funciona e o que não funciona para o seu tipo de negócio;
  • nunca pare de buscar melhorias para a sua empresa. Como destacou Tiggelaar, as organizações visionárias não aceitam ser só boas. Elas precisam ser ótimas.

Mas como percorrer um caminho de sucesso que leve nosso negócio do “bom” ao “ótimo”?

Os 7 aspectos que transformam empresas boas em ótimas

Segundo Tiggelaar, após lançar Built to last, Jim Collins deu início a uma pesquisa que buscou aspectos que levavam empresas de um nível “bom” ao nível “ótimo”.

Ao todo, 11 organizações foram estudadas, assim como outros fatores externos que as afetavam, como concorrentes que não alcançaram o sucesso ou regrediram após certo tempo.

O livro Good to great, que resultou dessas análises, foi publicado em 2001 e reúne sete características que transformam empresas boas em ótimas. Veja só:

  1. Liderança nível 5: líderes que se encontram no nível 5 preocupam-se com o desenvolvimento da empresa e se destacam por sua força de vontade, distanciando-se da necessidade de reconhecimento constante.
  1. Primeiro quem, depois o quê: antes de se preocuparem com as estratégias de sucesso, as empresas visionárias se preocupam com a formação de uma equipe talentosa.
  1. Enfrente os fatos brutais: as organizações de sucesso agem conforme as situações que vivenciam, buscando respostas que estejam alinhadas às suas realidades.
  1. O conceito de porco-espinho: pode não parecer, mas as estratégias planejadas por empresas de sucesso costumam ser mais simples do que imaginamos, pois elas se preocupam em definir seus focos por etapas.
  1. Uma cultura de disciplina: a conexão com a cultura e as estratégias da organização fazem com que seus colaboradores tenham mais liberdade para agir e alcançar metas.
  1. Aceleradores de tecnologia: as mudanças tecnológicas ocorrem nessas empresas também, é claro, mas de forma mais cautelosa e estratégica.
  1. O volante do motor: a decisão de realizar mudanças em empresas visionárias é sempre firme, motivadora e persistente, direcionando os colaboradores para ações eficazes e para os resultados esperados.

As sete características listadas por Jim Collins para transformar empresas boas em ótimas são um excelente ponto de partida para organizações que desejam refletir sobre suas realidades e se inspirarem para um futuro melhor.

Elas não mudarão a situação de um negócio dia para o outro, é claro, mas ajudarão a enxergar o seu presente para planejar o seu futuro.

Gostou das dicas de Jim Collins sobre empresas visionárias? Então confira também o meu artigo sobre a importância de manter o foco para obter sucesso em suas atividades!

Referência:

TIGGELAAR, Ben. MBA In One Day. São Paulo: SBCOACHING Publishing, 2015.