Desperdício e perda – é um processo ou uma cultura da empresa?
Há alguns dias, participei de uma palestra sobre desperdício em Redes de Supermercados. Isso me levou a algumas reflexões importantes: um repositor sobe em caixas de leite provocando danos; escritórios imprimem em folhas sem utilizar o verso, ou simplesmente descartam sem reaproveitamento; casas mantêm luzes acessas em cômodos desocupados; banhos com longa duração… e tantas outras situações nas quais o bom senso deveria imperar. Essas atitudes inconscientes custam dinheiro e alguém paga essa conta.
Para tecer algumas reflexões acerca desses cenários, é necessário descrever algumas informações importantes, obtidas na WEB.
• A Organização Mundial da Saúde (OMS), através do relatório do Estado da Segurança Alimentar e Nutrição de 2022, diz que 17% dos alimentos produzidos no planeta foram desperdiçados;
• No blog Mobuss Construção, há a afirmação de que, no Brasil, o desperdício total anual com papel chega a 200 milhões de folhas, número que equivale a 400 mil resmas, quase 20 mil árvores, e um custo aproximado de 4 milhões de reais;
• No setor elétrico, o desperdício de energia no Brasil é estimado em 43 terawatt-hora (TWh) por ano, o que equivale ao atendimento de 20 milhões de residências;
• O SNIS – Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – mostra que, em 2021, houve o desperdiço de quase 04 a cada 10 litros da água que deveria ser entregue pelas empresas de abastecimento. É água potável captada nos mananciais, mas que não chega até a casa das pessoas por problemas na rede.
Infelizmente, vivemos numa sociedade cujo desperdício parece ser cultural, e isso impacta o comportamento das pessoas.
No mercado de trabalho, por exemplo, por vezes há a reprodução desse comportamento e tentar modificar essa situação passa a ser um desafio da empresa contratante.
As perdas se tornam gigantescas ao se somar cada atitude inconsciente de um colaborador no dia a dia. E isso, para grandes corporações, torna-se relevante. Reverter esse quadro é necessário e desafiador – e é exequível!
Uma alternativa viável é uma explicação didática sobre desperdício. De forma metodológica, é possível, em poucos minutos, promover reflexões e alcançar resultados satisfatórios, principalmente financeiros.
É necessário observar, e agir!
No escritório – observar a impressão de folhas, se há desperdício e/ou reaproveitamento; em casa – perceber se os banhos estão demorados e, daí, explicar os impactos financeiros daquele momento nas contas de água e luz; no supermercado – tratar os produtos à venda com respeito, não deixar legumes cair no chão, não danificar as frutas no momento da escolha, não deixar produtos perecíveis fora das geladeiras; nas lojas – perceber se um funcionário trata os produtos à venda sem o devido zelo, orientando-o a ter cuidado…
Vale repetir que o desperdício tem o seu custo, seja nas finanças domésticas ou nas empresas.
Por isso, é muito importante que a família seja esclarecida sobre todos os custos de uma casa; e, no caso de uma empresa, que os colaboradores contratados sejam devidamente orientados e esclarecidos que são pequenos gestos que fazem a diferença na precificação, por exemplo.
Ao se preocupar com esse tema, a empresa demonstra consciência no tratamento para com seus produtos e materiais de trabalho, sendo exemplo de bom senso e equilíbrio na abordagem de suas atividades diárias.
Pagar a conta do desperdício é um fato – e isso pode ser evitado ou exemplarmente amenizado. Basta deixar evidenciado qual é o verdadeiro propósito dos envolvidos, seja qual for a área de atuação ou o trabalho. Pense nisso!