Liderança e estresse podem parecer, a princípio, duas questões totalmente distintas quando debatemos a vida profissional.
Mas nem sempre lembramos que o líder pode (e deve) assumir um papel importante na busca de seus colaboradores pelo equilíbrio e o desenvolvimento.
O estresse se manifesta em nossas vidas profissionais de diferentes formas e, pode acreditar, o Leader Coach tem a capacidade de gerar incentivos para combatê-lo de forma efetiva e auxiliar na trajetória até o autocontrole.
Ficou curioso sobre como isso acontece? Então continue acompanhando este artigo para entender como funciona a relação entre liderança e estresse!
Como o estresse se manifesta em nossas vidas?
Segundo Marques (2018), nós somos resilientes ao estresse e sempre obtemos uma forma de lidar com ele em nossas rotinas, seja por meio de nossas crenças ou de nossas atividades.
Mas, ao mesmo tempo em que acreditamos possuir o autocontrole, também podemos chegar ao limite que nos esgota e nos leva ao colapso.
Com isso, o estresse acaba afetando nossa saúde, nossas relações interpessoais, a maneira como solucionamos problemas e, principalmente, nos impede de manter o foco no que realmente é importante.
Isso só acontece porque cada aspecto de nossas vidas contém fatores que são causadores do estresse.
Pense bem: quantas vezes você já se sentiu pressionado por questões financeiras ou problemas de saúde na família? Posso apostar que muitas!
Nesses momentos em que você se sentiu exausto com as suas incontáveis responsabilidades, seu corpo entrou em estado de alerta e, inclusive, se sentiu ameaçado.
De acordo com o autor, isso ocorre porque, naturalmente, reagimos a qualquer coisa que ameace nosso bem-estar, seja ela real ou imaginária.
Dessa forma, os hormônios do estresse são ativados e causam uma grande agitação física e emocional nos indivíduos.
Por isso, muitas pessoas desenvolvem problemas como a ansiedade, necessidade de se isolar, irritabilidade, ataques de pânico e a volatilidade emocional.
Além de, claro, disfunções físicas, como a tensão muscular, palpitações, tremores no corpo, problemas cardíacos ou digestivos, dores de cabeça e desordens de sono.
Com isso, acabamos por desenvolver a Resposta de Fuga ou Luta, uma vez que fugir dos problemas não é categorizado como algo que seja aceito pela sociedade ou pelos colegas de trabalho.
Nós, então, começamos a procurar formas de lidar com o estresse que não são realmente efetivas e que apenas prolongam o problema.
A negação e os vícios, por exemplo, acabam se tornando respostas “normais” ao estado de estresse, podendo abrir portas para questões sérias de saúde física e mental e levando, inclusive, ao esgotamento total.
Liderança e estresse: a busca pelo equilíbrio na vida profissional
Esse cenário que descrevemos anteriormente não é muito diferente quando tratamos da vida profissional.
Afinal, recebemos diariamente um grande número de demandas, trabalhamos com prazos e nem sempre conseguimos equilibrar todas as nossas responsabilidades com a vida pessoal.
Por isso, o papel do Leader Coach se torna tão importante quando falamos sobre liderança e estresse, porque ele gera melhorias na performance do indivíduo e o ajuda na busca pelo equilíbrio.
Sendo assim, todo o esforço leva em consideração as necessidades em relação ao gerenciamento de tempo e a preparação para cenários que oferecem riscos ou são gatilhos do estresse.
Portanto, para que isso ocorra de maneira efetiva, os líderes precisam estar atentos aos comportamentos que evidenciam o desgaste emocional presente nas vidas de seus colaboradores.
Em seu local de trabalho, por exemplo, você consegue identificar pessoas que agem de formas que fogem do seu normal, culpando os outros por suas ações, ofendendo-se facilmente, vitimizando ou negando problemas?
Essas atitudes são mecanismos de defesa ligados ao estresse e podem ser reconhecidas por meio de uma autoavaliação, caso você esteja estressado, ou da conversa com os colaboradores.
A partir do mapeamento e reconhecimento do problema, o líder consegue auxiliar os profissionais a lidar com seus próprios conflitos, identificar pontos de melhoria e estabelecer o que é realmente importante.
O conceito de otimismo aprendido
Chegamos aqui a um conceito importante para a nossa trajetória: o otimismo aprendido.
Martin Seligman, descrito por Marques como o pai da Psicologia Positiva, trouxe esse conceito a partir de suas pesquisas para explicar que todas as pessoas possuem um estilo explanatório que influencia na forma como elas compreendem os acontecimentos, sejam eles bons ou ruins.
Esse estilo pode ser categorizado como otimista ou pessimista, variando de acordo com experiências da infância e o contato com crenças de pessoas próximas.
São três os fatores que compõem o estilo explanatório, conhecidos como 3 P’s:
- permanência do evento: a durabilidade de tempo do acontecimento de acordo com as crenças da pessoa;
- penetração (ou escopo) do evento: a forma como a pessoa vê o evento, identificando-o como algo específico ou global;
- personalização do evento: a pessoa vê o acontecimento causado por ela gerando consequências para terceiros e assume a responsabilidade por isso.
Dessa forma, pode-se perceber que o otimismo ou o pessimismo exercem pesos diferentes, mas significativos, quando colocamos nossos eventos na balança e resolvemos avaliá-los.
Quando um indivíduo opta pelo otimismo, por exemplo, ele lida melhor com as situações estressantes e, consequentemente, isso reflete positivamente em sua saúde física e mental.
Os obstáculos à satisfação e a superação
Marques explica que nós lidamos constantemente com obstáculos à satisfação porque acreditamos que o universo foi criado para atender às nossas necessidades.
Mas esquecemos que nem sempre nossas buscas por prazer e felicidade serão facilmente atendidas. Isso gera, portanto, a insatisfação.
Porém, como podemos superar esses obstáculos e alcançar a satisfação que tanto desejamos?
Primeiramente precisamos entender que a satisfação vem diretamente da nossa capacidade de criá-la a partir das nossas atividades e do nosso autocontrole.
Com base em nossas experiências e na forma como interpretamos os eventos a nossa volta, somos capazes de alinhar os acontecimentos às nossas metas.
Isso faz com que nós tenhamos satisfação a partir daquilo que conseguimos controlar e não simplesmente pelas coisas que naturalmente acontecem no universo e não dependem de nós.
A diferença entre prazer e satisfação
É importante enfatizar aqui que não podemos confundir o prazer com a satisfação que tanto buscamos.
Enquanto o primeiro se refere aos programas biológicos e nos ajuda a manter o equilíbrio físico, a segunda é relativa aos acontecimentos que foram positivos para o nosso desenvolvimento.
A satisfação normalmente está relacionada a desafios ou eventos que, mesmo não sendo agradáveis à princípio, nos fizeram crescer e adquirir conhecimento de alguma forma.
Não se trata de algo passageiro, mas de uma forma eficaz de gerar qualidade de vida.
Por isso, o autor também destaca que uma das habilidades mais importantes que podemos ter é a capacidade de transformar acontecimentos adversos em desafios que nos ajudem a evoluir.
Só assim conseguiremos obter uma visão otimista e transformadora em nossa rotina, lidando e controlando o estresse a partir de fatores que são realmente efetivos.
Gostou das dicas sobre liderança e estresse? Então aproveite para ler também meu outro artigo sobre o líder alpha e entenda qual é o seu papel dentro das grandes empresas!
Referência:
MARQUES, José Roberto. Leader Coach: coaching como filosofia de liderança. Goiânia: Editora IBC, 2018.