Quando começamos a trabalhar em uma empresa, seja ela de grande ou pequeno porte, sempre nos deparamos com uma figura importante para o desenvolvimento de suas atividades: o líder alpha.

Com habilidades bem claras para a liderança e uma personalidade marcante, esse colaborador normalmente ocupa altos cargos e se destaca por seu foco no alcance de melhores resultados.

Mas o que exatamente faz uma pessoa se tornar um líder alpha? Quais características o levam ao topo e como ele contribui para o crescimento do negócio?

Neste post, você vai entender qual é o papel de um líder alpha em uma empresa e quais valores ou riscos ele pode gerar para a organização. Confira!

Quem é o líder alpha dentro de uma empresa?

Como destacam os fundadores da Worth Ethic Corporation, Kate Ludeman e Eddie Erlandson, “A história humana é a história dos alphas, aquelas indispensáveis usinas de energias que assumem o comando, conquistam novos mundos e movem céus e terras para fazerem as coisas acontecerem”.

Com “alphas”, os renomados pesquisadores e autores trazem à luz um termo muito utilizado na biologia para designar o líder de um determinado grupo de animais: o macho alpha.

No que diz respeito aos seres humanos, Matta e Victoria (2016) nos mostram que essas duas pequenas palavras fazem referência a pessoas que têm um papel dominante em situações profissionais ou sociais.

Por indicar uma personalidade que transmite poder e autoridade, o termo ganhou destaque no mundo dos negócios e se tornou essencial para identificar líderes que possuem posturas mais agressivas quando o assunto é a busca por resultados.

Seja ele um executivo ou um empreendedor, o líder alpha tem a capacidade de guiar as pessoas para a realização e a transformação.

Diversas pesquisas realizadas nas últimas décadas foram essenciais para entendermos as características que definiam a personalidade de um líder alpha e condições que o levavam ao sucesso ou fracasso.

Ludeman e Erlandson, por exemplo, por meio de uma pesquisa realizada com mais de dois mil executivos de empresas e do governo dos Estados Unidos, conseguiram traçar o perfil e as particularidades de líderes definidos como machos alpha.

Os resultados desse estudo deram origem ao artigo “O Macho Alpha e o Coaching”, que teve grande repercussão em 2004 e abriu portas, posteriormente, para o livro “A síndrome do Macho Alpha: por que mudar antes de sabotar a si próprio e a sua empresa”.

A importância do equilíbrio para o líder alpha

Não é difícil encontrar, dentro de organizações, alphas que ajudem a alavancar a produtividade, fazendo de tudo para alcançar as metas planejadas.

Segundo Matta e Victoria, 75% dos executivos, inclusive, são alphas. Afinal, o seu foco em objetivos e o senso de responsabilidade são determinantes para o sucesso do negócio.

Mas, para que o trabalho seja desenvolvido de maneira harmônica dentro da empresa, é preciso que esses profissionais estejam em equilíbrio com os traços fortes de suas personalidades.

Quando se encontram “fora do eixo” e perdem a noção sobre a responsabilidade que têm para o bom andamento de suas atividades, podem acabar desestruturando a equipe com a qual trabalham.

Dessa forma, a principal ameaça que o líder alpha enfrenta é sua própria personalidade, uma vez que as mesmas características que o levam ao topo podem arruiná-lo no futuro.

Matta e Victoria destacam a crise financeira que assolou os Estados Unidos em 2008 como um dos grandes exemplos dos efeitos negativos causados pela Síndrome do Macho Alpha.

Os mesmos CEOs que constantemente recebiam elogios da imprensa por sua ambição e ousadia foram fortemente criticados por sua ganância e cegueira, sendo culpados, inclusive, por desencadear a crise.

A partir de situações como essa, a Sociedade Brasileira de Coaching desenvolveu, junto à Worth Ethic Corporation, a metodologia Alpha Coaching.

Por meio desse conhecimento específico, o coach se torna apto a fortalecer as qualidades do líder alpha e reduzir os seus riscos de uma forma diferenciada e muito mais efetiva.

Macho alpha x fêmea alpha

Matta e Victoria destacam que o termo “alpha” não existe apenas para designar homens que ocupam cargos de liderança, mas também mulheres que possuem as mesmas características e habilidades.

Ambos apresentam um talento natural para liderar e assumir posições de autoridade, mas alguns traços de personalidade fazem com que as mulheres tenham menos probabilidade de fracassar que os homens.

Isso acontece porque as fêmeas alphas estão muito menos inclinadas a dominar, estando conectadas mais ao clima emocional e aos benefícios que podem proporcionar para todo o grupo.

Elas não estão dispostas a impor suas vontades, mas a entrar em um consenso e convencer a equipe de que suas ideias são mais adequadas.

Ao contrário dos homens, as mulheres não usam táticas impiedosas e, normalmente, não enxergam seus colaboradores ou colegas de trabalho como inimigos.

Isso faz com que, ao se sentirem estressadas ou irritadas, elas não tenham a tendência de impactar negativamente na convivência com outras pessoas ou no trabalho da equipe.

“As mulheres não estão dispostas a impor suas vontades, mas a entrar em um consenso e convencer a equipe de que suas ideias são mais adequadas”.

Valores e riscos que o líder alpha gera para a organização

A personalidade de um líder alpha está repleta de pontos fortes e fracos que são capazes de determinar o seu sucesso ou fracasso na organização.

A sua coragem, confiança e o foco em perseguir seus objetivos e alcançar melhores resultados faz com que ele seja conduzido por ideias inovadoras e seja admirado por seu time.

Dessa forma, eles conseguem inspirar o respeito e envolver as equipes, promovendo o engajamento dos colaboradores em relação à empresa.

Por outro lado, a sua impaciência, exigência e o desenvolvimento de práticas abusivas podem gerar barreiras para que eles se relacionem bem com as pessoas e desenvolvam um trabalho eficaz.

Quando se recusa a ouvir e admitir que está errado, o líder alpha causa ressentimentos e começa a enfrentar uma certa resistência por parte de seu time.

Isso faz com que os conflitos e desentendimentos se tornem parte da rotina de trabalho, tornando o ambiente estressante e desequilibrado.

Em outro estudo desenvolvido por Ludeman e Erlandson, com 1.507 profissionais de 106 países, os pesquisadores mostraram que os alphas mais problemáticos são homens que se encontram em alto grau de estresse e não estão inclinados à introspecção.

Ou seja, quanto maior for sua força e a sua falta de reflexão sobre suas atitudes, maior o risco que ele apresentará para a organização.

Alpha x Beta: as diferenças entre esses dois estilos de influência

Na natureza, encontramos facilmente, além do macho alpha, a figura conhecida como macho beta.

Enquanto um luta pela supremacia sobre os demais, como destaca Matta e Victoria, o outro ocupa o segundo lugar em relação ao alpha, assumindo um estilo de influência bastante diferente.

Essa divisão também acontece quando falamos de seres humanos em situações profissionais.

Um dos pesquisadores da Universidade de Princeton, Laurence Gesquiere, realizou e divulgou alguns estudos relacionados aos profissionais alpha e beta.

Com seus resultados, pôde comprovar que os betas não sentem a necessidade de se colocar em evidência quando participam de uma determinada ação.

Suas atitudes não estão voltadas para uma busca agressiva por resultados, mas sim para decisões que levam em consideração cada um dos riscos e possibilidades de acerto.

Enquanto o líder alpha possui um senso de urgência maior e é mais competitivo, o beta é mais paciente, discreto e não tem medo de afirmar que não consegue desempenhar uma atividade sozinho.

Por serem mais diplomáticos, prudentes e valorizarem suas equipes, os betas estão ganhando cada vez mais destaque no mercado de trabalho.

O ideal é que essas duas personalidades trabalhem juntas para alcançar resultados mais eficazes dentro de uma organização, uma vez que um perfil complementa o outro.

Mas, para que isso aconteça, o líder alpha também precisa estar atento aos pontos fracos que o tornam vulnerável diante dos desafios de gerenciar sua equipe e alcançar seus objetivos.

O trabalho de reflexão sobre as próprias atitudes e autoavaliação é essencial para que as qualidades sejam fortalecidas e os riscos sejam diminuídos ao longo da carreira de cada profissional, seja ele alpha ou beta.

Se você gostou do texto sobre líder alpha, vai se interessar também pelo post sobre a importância de elaborar um plano de desenvolvimento de carreira. Não deixe de conferir!

 

Referências:

MATTA, Villela da. VICTORIA, Flora. Livro de Metodologia: Executive & Business Coaching. São Paulo: SBCOACHING Publishing, 2016.

MATTA, Villela da. O impacto do estilo “alpha” para líderes e times. Disponível em: http://www.rh.com.br/Portal/Lideranca/Artigo/10014/o-impacto-do-estilo-alpha-para-lideres-e-times.html.

MATTA, Villela da. Alpha Coaching: otimizando o desempenho de grandes líderes. Disponível em: https://www.sbcoaching.com.br/blog/executive-coaching/alpha-coaching-otimizando-o-desempenho-de-grandes-lideres/.

MATTA, Villela da. Você é um líder alpha ou beta? Disponível em: http://abiliodiniz.com.br/lideranca/lideranca/voce-e-um-lider-alpha-ou-beta/.