No estudo da gestão de emoções e das características que influenciam no desenvolvimento pessoal e profissional, nos deparamos com a inveja sabotadora e inveja espelho: dois sentimentos que são extremamente importantes para nossas ações.
Enquanto um nos prejudica e é um fator de transformação negativo, o outro coopera com nosso processo de evolução e nos dá forças para alcançarmos nossos objetivos.
Neste artigo, você conhecerá as particularidades de cada um e entenderá de que modo a inveja sabotadora e inveja espelho podem intervir em nossas vidas.
Como a inveja sabotadora e inveja espelho influenciam na personalidade
Cury (2015) destaca que existem dois tipos de inveja que são capazes de induzir nossas emoções e influenciar nossas personalidades: a sabotadora e a espelho.
A inveja sabotadora se faz presente quando uma pessoa tem a ambição de conquistar alguma coisa, mas suas crenças limitantes a fazem acreditar que ela não tem a capacidade de obter esse sucesso.
Com isso em mente, ela passa, então, a sabotar outros colegas de trabalho, familiares e amigos que tiveram êxito em suas vidas.
A inveja espelho, ao contrário, se manifesta por meio da admiração. Você continua tendo o desejo de obter alguma coisa, mas potencializa suas forças para consegui-la por meio do exemplo dado por outras pessoas que passaram pelo mesmo processo.
O autor afirma que a primeira traz a destruição de nações e sociedades, enquanto a segunda possibilita o desenvolvimento de países, empresas e famílias.
A negatividade da inveja sabotadora
Uma das pesquisas citadas por Cury revela que profissionais norte-americanos preferiam ganhar 50 mil dólares por ano enquanto seus colegas ganhariam menos que eles a receber 200 mil por ano enquanto seus colegas ganhariam muito mais que isso.
Tudo isso porque eles não queriam se sentir ultrapassados pelos outros colaboradores que estariam recebendo uma quantia maior de dinheiro.
Diante de uma situação como essa, podemos perceber o quanto esse tipo de inveja sabota a nós mesmos e não só aos outros, afetando a nossa racionalidade e a generosidade.
Na realidade, antes de prejudicar qualquer pessoa, há a passagem por um processo de autopunição que bloqueia o nosso próprio desenvolvimento.
Portanto, quem mais perde com a negatividade da inveja sabotadora é a pessoa que está disseminando esse sentimento.
Basta refletir sobre as emoções que as suas ações trarão para você antes mesmo de colocá-las em prática.
Quando você pensa em sabotar alguém, há o despertar do ciúme, da raiva e das frustrações que pesam em seu dia a dia, dificultando a escolha por caminhos mais sensatos.
A inveja espelho e o aprendizado
A inveja espelho, no entanto, nos encaminha a uma trajetória mais saudável, em que buscamos nos superar por meio da admiração e não do ciúme.
Segundo Cury, ela exerce um papel fundamental no processo de aprendizado das pessoas e faz com que estejamos mais abertos a observar, estudar e analisar o outro para resolvermos nossos conflitos e alcançarmos nossos sonhos.
Não há, portanto, a necessidade de se autossabotar e diminuir as pessoas em volta para conquistar os próprios objetivos.
Há apenas um processo de crescimento que preza pela evolução e pelo conhecimento, favorecendo tanto o indivíduo que deseja se desenvolver quanto a pessoa que exerce o papel de espelho.
O papel da gestão da emoção na expansão da inveja espelho
Por mais que a intenção de muitos líderes seja inspirar colaboradores para garantir o desenvolvimento deles e da empresa, nem sempre esse objetivo é alcançado com sucesso.
Isso acontece porque muitos executivos, por exemplo, não conseguem ser bons gestores da emoção e acabam se tornando promotores da inveja sabotadora em vez de disseminarem a inveja espelho.
Em empresas, vemos frequentemente líderes que exaltam os colaboradores mais eficientes e acabam diminuindo aqueles que ainda precisam se desenvolver.
As críticas criam, então, janelas traumáticas (ou janelas de killer) que podem mudar o rumo da história daquela pessoa e serem extremamente prejudiciais para seu crescimento.
No entanto, quando nos voltamos para a gestão das emoções, aprendemos a administrar também a inveja sabotadora e a inveja espelho.
Enquanto a primeira é regulada para não se tornar um fator negativo, a segunda é promovida para diminuir conflitos internos e potencializar as nossas forças.
Portanto, o coaching emocional, independentemente do estilo de liderança seguido por um gestor, deve fazer parte de suas habilidades para que ele consiga zelar pelo bem-estar da sua equipe e da sua empresa.
Por mais que os perfis profissionais sejam diferentes, apenas por meio da gestão de emoções é possível mostrar que as competências de cada colaborador devem se complementar e guiar para um objetivo em comum.
O mesmo vale quando falamos sobre família e amigos: o controle dos nossos sentimentos é essencial para a convivência em sociedade e isso nós devemos começar a aprender com os nossos pais, que são nossos primeiros educadores.
Gostou do meu artigo sobre inveja sabotadora e inveja espelho? Então confira também meu outro post sobre a importância da motivação pessoal para o alcance do sucesso!
Referência:
CURY, Augusto. Gestão da Emoção. São Paulo: Saraiva, 2015.