Em meu artigo sobre aposentadoria, abordei o tema investimento financeiro como uma forma de alcançar a independência, sem precisar contar apenas com o salário de aposentado.
Mesmo que esse caminho seja o ideal para a garantia de um futuro mais tranquilo, é preciso ter atenção à forma como o seu dinheiro é investido e os rendimentos que você terá ao aplicá-lo em um banco, por exemplo.
Por isso, vamos nos aprofundar em alguns aspectos, que, por desconhecimento, podem impactar de forma significativa nessa independência a longo prazo.
Neste artigo, trabalharei com um exemplo bem simples, pois o objetivo é ser entendido. Confira!
A poupança e o investimento financeiro
O conceito de poupança advém da diferença entre o que você ganhou e o que você gastou. Simples assim. Então, atente-se a este questionamento: em que você está investindo a sua poupança?
Entre as diversas respostas recebidas, podemos verificar algumas muito comuns, como a segurança financeira para o futuro, aproveitamento da aposentadoria com conforto e retorno sobre investimento financeiro.
Vamos imaginar, então, que você esteja aplicando, em Fundos de Investimentos, R$ 100.000,00 e tenha obtido um rendimento bruto de 8% ao ano.
Você sabe quanto os bancos lhe cobram em taxas para aplicar os seus recursos?
A taxa de administração nos bancos brasileiros varia de 0,5% a 4% ao ano e é cobrada independentemente se você terá retornos positivos ou não.
Por isso é tão importante ressaltar que a questão tributária pode impactar nos seus ganhos.
A taxa de administração cobrada é, normalmente, expressa em percentual ao ano (% a.a) sobre o patrimônio líquido do fundo.
Para efeito de débito, há uma provisão diária e assim o valor da cota publicado diariamente pelo gestor já está líquido de taxa de administração.
Voltemos, então, ao nosso exemplo: você tem um montante que corresponde ao seu capital (R$ 100.000,00) e o seu rendimento bruto (R$ 8.000,00) sendo aplicados com uma taxa de administração que, supostamente, equivale a 2%.
Como ficaria o seu rendimento se levarmos em conta, também, o Imposto de Renda? Vamos ver?
O Imposto de Renda
Antes de tudo, preciso enfatizar que é importante ter atenção ao prazo do Imposto de Renda (IR), pois suas alíquotas são decrescentes.
A alíquota de IR que incide sobre os fundos de investimento financeiro de longo prazo é de:
- 22,5% sobre o lucro obtido em aplicações de até 180 dias;
- 20% em aplicações de 181 a 360 dias;
- 17,5% em aplicações de 361 a 720 dias;
- e 15% em aplicações acima de 720 dias.
Portanto, em nosso exemplo, se adotarmos o prazo de 361 a 720 dias, temos o seguinte resultado sobre o rendimento bruto: R$ 8.000,00 x 17,5% = 1.400,00.
Resumindo: em um montante de R$ 108.000,00, há uma taxa de administração de R$ 2.160,00 e o Imposto de Renda corresponde a R$ 1.400,00.
Sendo assim, o rendimento líquido é de R$ 104.440,00 e corresponde a 4,44%.
Se você estiver pagando ainda a taxa de performance, taxa de supervisão e outras taxas que podem surgir ao longo do caminho, sua rentabilidade ficará comprometida.
Imagine o resultado disso em 35 anos, caso você esteja investindo para sua aposentadoria, por exemplo?
Aproximadamente 70% do que você receber será retido pelo banco por conta das taxas de serviço. Já parou para pensar nisso?
Procure saber as taxas cobradas em sua aplicação
Portanto, procure saber com o gerente do seu banco ou o agente de investimento financeiro as taxas cobradas em sua aplicação e faça as suas contas.
Faça-lhe as mesmas perguntas: quanto realmente eu pago pelos seus serviços de investimento financeiro? Quanto pago de taxas e tributação?
No exemplo acima, caso você tivesse prejuízo, o banco ou gestores lhe cobrariam pelo menos os 2% e você teria mais essa despesa.
Sempre que for tratar com gestores independentes procure saber se os mesmos são certificados pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA) na CPA 20 e lembre-se que os rendimentos passados não lhe garantirão os rendimentos futuros.
Recorde também que o dinheiro e os riscos são seus, mas as taxas são dos bancos ou dos agentes. Procure conhecer o que lhe é cobrado e tenha uma boa independência financeira!
Para quem busca o investimento financeiro para planejar uma aposentadoria mais tranquila, vale a pena conferir o meu capítulo no livro “Liberte seu poder 360º”: “Aposentadoria e coaching”!