Reflita sobre o fato abaixo:

Há 20 anos o Mercadão de Madureira, considerado maior mercado popular dos subúrbios do Rio de Janeiro, com oito mil metros quadrados, foi destruído por um incêndio.

Não houve mortos e nem feridos. Porém, a Defesa Civil informou que 90% das 650 lojas que ocupavam o complexo tiveram perda total registrada. E a Associação Comercial do Grande Mercado de Madureira relatou que consequentemente, cerca de 20 mil trabalhadores, entre diretos e indiretos, que viviam do mercado, ficaram sem renda.

Você consegue imaginar a situação? A sensação de centenas de empreendedores, estabilizados, prósperos e confiantes, que de repente viram o fogo consumir tudo o que tinham batalhado tanto para conquistar.

Consegue ter empatia?

Lembre-se: empatia é mais do que se colocar no lugar do outro, pois agrega sentir a dor alheia.

Coloque-se no lugar de um desses empresários. O que você sentiria ou faria? Desistiria? Ressignificaria? Continuaria?

Te convido a fazer um exercício comigo:

Imagine!

Numa bela tarde de sábado, você tranquilamente em casa com a sua família. O telefone toca e você recebe a notícia que o mercado em que funciona o seu empreendimento está em chamas.

Você se assusta e exclama: – O quê? Chamas! Como assim, Chamas! Pegando fogo?

Abandona tudo e corre para lá, na tentativa de tomar ciência e avaliar a situação, e se possível, salvar alguma coisa.

Chegando ao local, visualiza um verdadeiro inferno: tudo pegando fogo.

Sua loja ficava em uma esquina, você tenta argumentar com os bombeiros, questiona se poderia entrar, pois, a mesma ainda não apresenta nenhum sinal de chamas, para retirar controles manuais, cheques e etc.do local. Mas, os bombeiros não permitem nada disso.

E, por fim, só te resta ficar sentado no meio fio, vendo tudo ser transformado em cinzas: seus sonhos, trabalho, sacrifícios, lágrimas ,alegrias e determinação.

Apesar de ser muito difícil absorver tudo, você precisa escolher e tomar uma decisão: ficar lamentando o fato ou fortalecer o seu propósito?

E aí, o que VOCÊ faria?

Digo o que EU faria: passado os terríveis momentos, minha voz interior viria ao meu socorro dizendo: vá em frente! Você é inteligente , trabalhador, determinado, focado e dará certo novamente. Você aprendeu muitas coisas, inclusive, a lidar com a diversidade

Mas, parte do meu capital se foi. E, agora?

Faria uma reflexão interna e questionaria sobre o meu conceito com fornecedores. Eles estariam dispostos a renegociarem os meus compromissos?

Lembrando das máximas para concessão de Crédito:

– Caráter, relação histórica de quem solicita o crédito;
– Capacidade de gerar caixa para honrar os seus compromissos.
– Capital.
– Condições.
– Colateral.

Decido me ater apenas aos dois primeiros pontos.

Converso com todos os credores, que nos conheciam há tempos. Eles resolvem então adiar as cobranças e remeter novas mercadorias, que comercializadas nos dão condições de pagar todos os compromissos.

A partir desse exercício, treino a minha atitude em situações desafiadoras, sempre focando no propósito, resiliência e muito trabalho. Pois nada cai do céu. É necessário manter a honradez e cuidar dos valores que transmitimos, para conseguir recomeçar quantas vezes forem necessárias.

Por mais difícil que seja a situação que se encontrar não perca a fé, foco, dedicação, princípios e valores!

Pense nisso!